25 julho, 2015

Vida de cão (italiano)


Em 1992 um torpe vira-lata que se autodenomina pastor de alcunha Gunther III herdou de uma condessa alemã pra lá de desajuizada US$ 194 milhões e alguns trocados, enquanto que na França um simpático daschund disputou as eleições municipais e chegou a faturar 4% dos votos. E pasmem! Uma rede de hotéis chegou até a anunciar que aceitaria a estadia de cães com uma diária, diga-se de passagem, razoável. Mas eu logo suspeitei... ora e veja! Reparem nas condições; o serviço de quarto não seria serviço de quarto, não faria serviço de quarto!... Nossos donos seriam os responsáveis pela sujeira a qual somos os responsáveis. Além disso, não nos permitiriam circular nos bares e restaurantes quer seja a nossa raça quer fosse nossa preferência culinária, coisa que os chefs insistem em não inserir no cardápio. Mas releva-se, compreende-se. O fato é que o cenário atual nos fez cogitar que seriamos inseridos definitivamente em sua sociedade com direitos e deveres que iriam além da estimação escravista... principalmente depois que a bancada “Bíblia, Bala e Boi” (B.B.B)se articulou internamente para a reformulação da sigla em razão da entrada de um novo membro, passando assim de B.B.B para B.B.B.C (Bíblia, Bala, Boi e Cão). Mas se no Brasil o lobby canino avança e apresenta conquistas significativas, na Itália somos contemplados com o desplante homo-sapiano, com o ultraje calabrês, com a descortesia do europeu! E se lhes falta informação, pois deveras é golpista a mídia nativa, eu os contemplo com a boa nova.

Em Controne, uma pequena cidade localizada no sul da Itália, os donos dos cachorros que não conseguirem cala-los terão que desembolsar 500 euros. As tais “sestas” e descansos noturnos são as razões do “cala a boca ai galera que fala um idioma diferente do meu”. A Europa escrupulosamente alimenta seu espirito xeno(cão)fobico. Nem hesito em afirmar que é uma oportunidade e tanto para quem sonha em apequenar voz e palavra dos que latem. E vai ficar assim? E onde estão os direitos humanos?

Atenciosamente, Totó

Líder da Anistia internacional Canina. 


Giuliano de Oliveira Mangueira.