...Em data e lugar desconhecidos, e num
dia pra lá de nada inspirado, do mundo pré-histórico.
- O que a gente poderia fazer pra nunca ser esquecido?
- Sei lá, talvez algo que tenha a mesma dimensão do céu
ou tamanho do mar...
- Como você pensa pequeno, cara! Eu me
refiro a algo que mesmo daqui a milênios as pessoas lembrem ou que simplesmente
esteja incluído diretamente no cotidiano delas.
- Já sei! A gente chama todo mundo e
constrói uma torre, mas não uma simples torre, a maior de todas as torres pra que
mais tarde ela se torne um ponto turístico famosíssimo e todos venham conhecer!
- Sério?...Mas vem cá da onde é que você
tira tanta ideia idiota?
- Tá, então que tal subir no pico
daquela montanha e riscar os nossos nomes?
- Além dos eventuais desgastes que ela
vai sofrer com o tempo qual seria a utilidade disso para a humanidade?
- Espera... Que tal uma ferramenta?
- Ferramentas são reflexos das
necessidades de uma sociedade num determinado momento. Se a necessidade é
cessada, ou encontram algo mais prático que a ferramenta ela é substituída. Na
melhor das hipóteses é reformulada.
Dias se passaram e os dois amigos
voltaram a falar sobre o assunto.
- Pensou em algo?
- Ainda não. Mas eu descobri algo ontem.
- Ah, sério? Tipo como quantos andares
deve ter a torre mais alta ou qual é a melhor pedra para se escrever seu nome
na montanha?
- Não.
Tomado pelo orgulho da descoberta que
estampava nos olhos é com pressa que o homem toma as duas primeiras pedras que
vê a sua frente.
- Ontem eu peguei duas pedras para
explicar ao meu filho porque e como ocorre o divorcio e acabei descobrindo
isso.
O amigo não podia esconder a
perplexidade por estar diante de algo que de significância igual só em outrora
quando viu pela primeira vez o que dava contornos as sombras da caverna.
- Meu deus! Mas que palheta de cores
incrível. E vem cá, já deu nome?
- Não, tem alguma ideia?
- Põe as iniciais do teu nome!
- Espera... F.o.g.o?
- Fogo é bom, é simples. Vai pegar!