28 janeiro, 2016

Sessão de entretenimento corrosivo/ Novelas


Em mais um capítulo do épico nativo, sua protagonista (que se agoniza e antagoniza/ interpretada por uma ainda novata atriz Fulana) Democrita Brasiliana recebe a visita de agentes da polícia colonial em sua residência e assiste à apreensão de pilhas de documentos e caixas organizadoras multicolores de seu marido, Corrupts Partids, preso no penúltimo episódio por suspeita de participação no repasse de propina de contratos superfaturados.


Após horas vasculhando, investigando e analisando a veracidade das fontes, os efeitos das causas e as consequências das ações, faltou foi coragem pro Alguém da policia que tivesse que revelar a imprensa os itens encontrados, porque confinados nos caixotes estavam dvd´s pornôs gregos, páginas soldadas por líquidos pastosos suspeitos de uma playboy francesa, um mapa sensorial do corpo humano dentro de uma edição limitada da Enciclopédia do Kama Sutra, três vibradores sem pilha, uma lingerie rosa choque de algodão, mas nada que comprovasse seu envolvimento no escândalo de corrupção Lava-a-balde ou comprometesse sua moral no congresso.

Já as pilhas de documentos eram nada mais nada menos do que páginas avulsas de livros como “A carne” de Júlio Ribeiro e “Nicoletta Ninfeta” de Cassandra Rios.

Corrupts Partids quando questionado acerca de seu atípico acervo rebate os repórteres eufóricos afirmando que “a população brasileira deve chicotear o tabu em torno do sexo”.