24 outubro, 2016

Herói

Eu ainda pretendo escrever muito sobre heróis. Criar, citar, ovacionar, conhecer algum e quem sabe me transformar em um. Minha primeira crônica escrita, aliás, abordou o assunto. Mas hoje eu queria falar sobre Pedro.

Pedro não nasceu com a super força do Hulk e do Superman, tampouco com a eximia pericia do Batman. Nem vou perder tempo citando os demais, pois o nosso herói foge do convencionalismo do mundo dos quadrinhos.

Descobriu sua virtude na adolescência, e não haveria hora mais conveniente. Queria salvar o mundo, ajudar as pessoas que mais precisavam. Cogitou inclusive usar máscara, capa e luva, construir um quartel general, convidar alguém de sua confiança pra ajudar nas missões e arranjar algum veículo pra encurtar os trajetos. Acabou, porém, vendo que não seria necessário já que seu talento era algo muito individual, mais que isso, autossuficiente. Seu poder? Pedro era 100% seguro, nunca tinha duvidas, jamais se questionava, era um poço de certeza. Desistiu da carreira de herói quando o melhor nome que entrou foi Senhor Confiança.


Pedro nunca salvou ninguém, mas também pudera, nunca precisou ser salvo.