Eu ainda pretendo escrever muito sobre
heróis. Criar, citar, ovacionar, conhecer algum e quem sabe me transformar em
um. Minha primeira crônica escrita, aliás, abordou o assunto. Mas hoje eu
queria falar sobre Pedro.
Pedro não nasceu com a super força do
Hulk e do Superman, tampouco com a eximia pericia do Batman. Nem vou perder
tempo citando os demais, pois o nosso herói foge do convencionalismo do mundo
dos quadrinhos.
Descobriu sua virtude na adolescência, e
não haveria hora mais conveniente. Queria salvar o mundo, ajudar as pessoas que
mais precisavam. Cogitou inclusive usar máscara, capa e luva, construir um
quartel general, convidar alguém de sua confiança pra ajudar nas missões e arranjar
algum veículo pra encurtar os trajetos. Acabou, porém, vendo que não seria
necessário já que seu talento era algo muito individual, mais que isso,
autossuficiente. Seu poder? Pedro era 100% seguro, nunca tinha duvidas, jamais
se questionava, era um poço de certeza. Desistiu da carreira de herói quando o
melhor nome que entrou foi Senhor Confiança.
Pedro nunca salvou ninguém, mas também
pudera, nunca precisou ser salvo.